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Gestão de relacionamentos em ambientes de inovação

Perceber e estudar o comportamento humano nas organizações faz parte de uma decisão estratégica e diretamente ligada à gestão, que precisa compreender a complexidade dos aspectos psicológicos, afetivos e emocionais, e sua influência no sucesso ou estagnação dos indicadores econômicos e financeiros.

Acompanhar as mudanças dos tempos atuais é um desafio para indivíduos e empresas. É cada vez mais necessário resiliência com as mudanças de comportamentos, hábitos de consumo, surgimento de novas profissões, avanços científicos e, principalmente, com conflitos e desequilíbrios. As organizações, nesse contexto, precisam se adaptar rapidamente, conciliando a busca por resultados econômicos e os interesses dos diferentes públicos com que se relacionam.

Trabalhar com a gestão de relacionamentos em ambientes de inovação, na comunicação organizacional, representa acompanhar a evolução dos métodos mais tradicionais de pesquisa e gestão da comunicação. E torna a abordagem do assunto um interesse contemporâneo e aderente à necessidade de contemplar as tecnologias da informação, que se multiplicam com velocidade.

Considerando a economia global em constante movimento, impulsionada por interesses sustentáveis, pela inovação e a criatividade, vale salientar o papel fundamental do indivíduo dentro das organizações, de como ele é percebido e quais são as dimensões que relacionam seu desempenho com os resultados financeiros quando se pensa nos objetivos das instituições.

A busca pela inovação, pelo bem estar coletivo, a relevância do empreendedorismo e da sustentabilidade, a valorização da interação local das marcas, a necessidade de coesão social e de uma construção coletiva que faça sentido às rápidas mudanças de comportamento, tornam a transdisciplinaridade uma realidade nas estratégias de comunicação.

Cada vez mais é preciso equilíbrio para fazer comunicação. Multiplicam-se os interesses e as necessidades dos stakeholders, tornando mais complexo para a organização conciliar essas demandas de forma equilibrada e sustentável, principalmente para a construção de estratégias e ações de longo prazo.

Na gestão da comunicação organizacional, para inovar e ser criativo, é preciso levar em consideração a complexidade dos aspectos culturais, conscientes e inconscientes, e outras possibilidades, principalmente com relação ao indivíduo e a sua relação com os grupos. E, para inserção equilibrada e sustentável de novas abordagens teóricas nas práticas do dia a dia das empresas, faz-se necessário a criação de metodologias de monitoramento do comportamento individual e coletivo dentro desses ambientes.

Assim como as tecnologias influenciam toda a organização, não se restringindo a determinadas áreas ou setores específicos, também a preocupação com o feedback constante não deve se restringir à área de comunicação, que cada vez mais é percebida como uma área transdisciplinar, que permeia todas as outras áreas e interfaces organizacionais.

Na busca pelo equilíbrio entre os aspectos racionais e emocionais, e considerando os aspectos da comunicação organizacional que permeiam esses relacionamentos, quase como um paradoxo, o dia a dia das organizações é movido por situações de conflito e desequilíbrio. São interações que, de forma recursiva, transformam pessoas, grupos e até mesmo a organização como um todo. Os conflitos, os ruídos e o desequilíbrio, muitas vezes servem como agentes impulsionadores de mudança, transformação, criatividade e inovação, trazendo à tona outra condição intrínseca do ser humano, sua capacidade de adaptação em situações de desequilíbrio.

Analisar relacionamentos dentro do ambiente organizacional, paradoxo de diferentes ideias, práticas e subjetividades, significa também acompanhar os novos tempos de ubiquidade das tecnologias. Quando se fala nos ativos ocultos dentro das organizações, sobretudo as dimensões subjetivas, como a imaginação, inspiração e intuição, é possível fazer uma associação a dois conceitos atuais e recorrentes na comunicação organizacional: a criatividade e a inovação. Principalmente quanto à necessidade de existência de um ambiente propício para o desenvolvimento de ambos, diretamente vinculado ao equilíbrio entre os aspectos racionais e afetivos no ambiente organizacional.

As organizações são entidades micropolíticas que representam o social, com uma cultura organizacional própria e interligada com o ambiente social, composta pela soma de individualidades. E são esses indivíduos os mesmos atores sociais que habitam a macropolítica, que levam suas dimensões subjetivas a interagir nos relacionamentos pessoais, organizacionais e em todas as possibilidades de interação.

Luciano Nunes Suminski é relações-públicas, professor da Uniritter Laureate International Universities e diretor da Evolução Comunicação e Marketing.

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